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"Fata | Le Chien" - Joanna Concejo & Ricardo Casimiro | 17 de Maio a 13 de Jun.
A Perve Galeria inaugura no próximo dia 17 de Maio, às 18h, "Fata | Le Chien", Exposição conjunta da artista polaca Joanna Concejo e do escultor ceramista português Ricardo Casimiro, onde são apresentadas obras recentes seleccionadas por via do conceito expositivo idealizado por Carlos Cabral Nunes, comissário da galeria.
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“Fata | Le Chien”, mostra patente até dia 13 de Junho, incorpora o trabalho de duas matrizes aparentemente distintas mas que se tocam pela qualidade plástica de uma expressividade de cariz fantástico e visionário, com apontamentos surrealizantes, na senda dos dois filmes que lhe dão título e corpo: “Fata Morgana” de Werner Herzog (recentemente alvo de mostra alargada no âmbito do Festival Indie de Lisboa) e “Un Chien Andalou” de Luis Buñuel.
Trata-se, pois, de (re)criar uma narrativa articulada em contrastes e paradoxos, muitas das vezes indiscerníveis, que culmina numa abordagem lírica e cinematográfica de uma fábula povoada por seres mais ou menos convincentes da dualidade inscrita no quotidiano; um jogo de contradições puras passível de captar o olhar inquieto das crianças - de o reacender em nós (numa miragem que nos pode devolver à primordial condição da existência).
Ambos autores evidenciam uma ligação profícua aos universos da ilustração e do imaginário porém declarada em representações formais distintas.
Com estudos procedidos na Academia de Belas Artes de Poznan, na Polónia, o trabalho de Joanna Concejo distingue-se pela segurança do traço, pelo preciosismo e minúcia do desenho realista cuja modelação redunda em cenários fantasiosos, oníricos, habitados de personagens com densidade interior que recolhem à infância.
De outra forma, em Ricardo Casimiro a expressão faz-se numa distorção de formas tridimensionais cuja plasticidade resulta do trabalho aturado do grés e das pastas revestidas de texturas e cores multíplices evidenciadas pelo descontinuar dos vidrados e dos ocres.
Químico de formação, a escultura em cerâmica surge no percurso do autor apenas aos 53 anos, facto que lhe permitiu aportar um conhecimento científico e técnico maturado que reverteu para a ousadia no trabalho dos materiais. A escultura de figuração híbrida reflecte a inspiração no imaginário de Bosh, no imaginário popular e nas reminiscências fantasistas da infância, elemento ponte com a produção artística de Joanna Concejo.