Perve Galeria

Cartografia da Liberdade - no room for more | De 15 de Janeiro a 21 de Fevereiro

parainfinito

A Perve Galeria inaugurou dia 15 de Janeiro, às 18h, a exposição Cartografia da Liberdade (no Room for more), reunindo cerca de 90 obras de Fernando Aguiar e de Gabriel Garcia. Comissariada por Carlos Cabral Nunes, a mostra vai manter-se até dia 21 de Fevereiro e constitui a primeira apresentação pública conjunta destes dois artistas que, em comum, têm uma obra pictórica ampla que se apropria de mensagens poéticas e faz da escrita parte integrante da sua formulação narrativa muito peculiar. Isto e um sentido de liberdade, explorando os limites conceptuais e formais da construção plástica que ilustra um vigoroso sentido de criação artística comum a Fernando Aguiar e a Gabriel Garcia, autores que, em Junho passado, foram integrados em dois projectos distintos de curadoria apresentados na Trienal de Arte Contemporânea de Praga.

A exposição integra também um núcleo composto por 18 obras de componente satírica, mordaz, e com forte pendor erótico, que foi reunida numa zona reservada da Perve Galeria, intitulando-se "Sala Quente". Esta secção, que também está on-line na galeria de imagens, é reservada a maiores de idade, pelo que, para aceder às imagens, deve ser utilizador registado. Pode fazê-lo aqui.

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Claro que na história particular de cada autor podemos encontrar muitos elementos dissonantes, vários pontos de acentuada divergência. Neste caso, desde logo porque são de gerações separadas por mais de vintes anos. Depois porque, em Fernando Aguiar, a linguagem resulta mais da proposta Fluxus do que da construção alegórica surrealizante que podemos identificar na obra de Gabriel Garcia.

Mas aqui há, de facto, uma raiz comum, se não no tempo em que a prática individualizada se faz matéria plástica destes artistas, antes disso: no gesto precursor de Marcel Duchamp, que influenciou e gerou movimentos de que estes dois autores são herdeiros (in)directos. Pode dizerse, sem excesso, que da “Fonte” saíram, jorrados, Fluxos e Surrealismo. Que dessa mesma “Fonte” se (a)guardam traços indisciplinadores capazes de produzir salas fechadas e fachadas impossíveis de descrever mas fundamentais de se ver para que percebamos do que falam, quando falam, estes artistas que descodificaram a liberdade e lhe fizeram um mapa onde não há lugar para mais. Na Perve Galeria.