Exposições e Iniciativas
Beyond Reality: José Eduardo Agualusa & Valter Hugo Mãe | 26/05 > 29/07/2023
PT| A Casa da Liberdade - Mário Cesariny tem a honra de apresentar a exposição “Beyond Reality”, que revela, a par de obras individuais de cada autor, as surpreendentes obras colaborativas realizadas por José Eduardo Agualusa (n. 1960, Angola) e Valter Hugo Mãe (n. 1971, Angola), a partir de um desafio de Carlos Cabral Nunes, curador da exposição. A mostra, inaugurada no âmbito da semana da arte de Lisboa, a 26 de maio, estará patente até 29 de julho, dia em que, pelas 17h, será realizada uma visita-guiada pelo curador e por José Eduardo Agualusa.
Galeria de imagens das obras em exposição: link
ENG| Freedom's House - Mário Cesariny has the honour of presenting the exhibition “Beyond Reality”, which reveals, alongside individual works by each author, the surprising collaborative artworks made by José Eduardo Agualusa (b. 1960, Angola) and Valter Hugo Mãe (b. 1971, Angola), based on a challenge proposed by Carlos Cabral Nunes, the exhibition's curator. The show, which opened as part of Lisbon's Art Week on May 26th, will be patent until July 29th, when a guided tour by the curator and José Eduardo Agualusa will take place at 5pm.
Image gallery of the artworks on display: link
Casa da Liberdade - Mário Cesariny
Beyond Reality: José Eduardo Agualusa & Valter Hugo Mãe
26 maio - 29 julho | May 26 - July 29
3.ª - sáb: 14h - 20h | Tue - Sat: 2pm - 8pm
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Revelam-se agora ao público, de modo inédito, as surpreendentes obras que José Eduardo Agualusa (1960) e Valter Hugo Mãe (1971) realizaram colaborativamente, respondendo ao desafio proposto por Carlos Cabral Nunes, curador da exposição e diretor da Casa da Liberdade - Mário Cesariny. Dois nomes cimeiros da cultura lusófona, ambos nascidos em Angola, pese embora os seus percursos diferenciados, ambos sobejamente aclamados e reconhecidos nacional e internacionalmente no campo da literatura, têm também em comum um caminho percorrido no campo das artes visuais.
Beyond reality (Para além da realidade), versa sobre uma realidade mediada, captada fotograficamente por José Eduardo Agualusa, onde surge a inusitada exploração plástica de Valter Hugo Mãe, realizada por camadas, ora com recurso a formas desenhadas e recortadas, ora com a justaposição de elementos iconográficos de cariz religioso, convocando o espetador para o carácter mediúnico da realidade captada e alterada.
A fotografia sempre andou a par com a escrita de José Eduardo Agualusa, que atualmente divide o seu tempo entre Moçambique, Angola e Portugal. A curiosidade pelo meio surge quando em pequeno descobre uma antiga câmera dos pais. Mais tarde, realiza um curso de fotografia, ainda antes de ingressar em Agronomia e Silvicultura, na Universidade Técnica de Lisboa, e de posteriormente migrar para o Jornalismo. Ao longo dos anos, a fotografia tem acompanhado o seu trabalho de jornalista e de escritor, servindo-lhe de base. As imagens auxiliam a escrita, sugerem-lhe outros mundos e outras narrativas. Foi, no entanto, mais recentemente, que começou a levar a prática fotográfica mais a sério, expondo e publicando o seu trabalho. Em 2020, publica o livro-objeto "Gramática do Instante e do Infinito", onde, através da fotografia e da poesia, retrata a sua mulher, Yara, durante o período de gestação da sua filha, Kianda Ainur. Foi perante este projeto, posteriormente objeto de uma exposição na Guarda e em Lisboa, que surgiu a vontade de Carlos Cabral Nunes, também diretor da Perve Galeria, em trabalhar com o autor. Para além da integração de um exemplar do livro na sua Coleção Lusofonias, a Perve Galeria apresentou-o na sua primeira participação na Feira do Livro de Lisboa, em 2022, e, no mesmo ano, expôs as fotografias de Agualusa no FIG - Festival Internacional da Impressão e Arte sobre Papel, em Bilbau, onde a galeria foi galardoada com o prémio de melhor stand.
Valter Hugo Mãe nasceu em Saurimo, Angola, em 1971. Em meados dessa década, na sequência da independência do seu país de origem, instalou-se com os pais em Paços de Ferreira, cidade onde viveu até aos 10 anos, mudando-se posteriormente para Vila do Conde. Desenha desde criança. As artes plásticas, o desenho e a pintura, que assumem para si um caráter terapêutico, têm acompanhado o seu processo de escrita ao longo dos anos. Nas últimas décadas, com maior incidência nos anos mais recentes, tem realizado várias exposições, tanto individuais como em colaboração com outros autores. A relação da Perve Galeria com Valter Hugo Mãe remonta a 2018, ano em que realizou a exposição "Colaborativa.mente" em parceria com uma das personalidades maiores da história da arte em Portugal, o poeta e pintor surrealista Artur do Cruzeiro Seixas. Aí, os dois autores desenvolveram um caminho criativo conjunto, onde era sublimada a importância do processo criativo na construção de uma sensibilidade poética unificadora.
Foi precisamente com o intuito de reeditar a exposição de 2018, evocando e prestando homenagem a Cruzeiro Seixas, falecido em 2020, que, num encontro na Perve Galeria, Carlos Cabral Nunes lançou o desafio a José Eduardo Agualusa e a Valter Hugo Mãe para que aliassem os seus domínios de expressão visual realizando um conjunto de obras colaborativas. Numa espécie de segundo tomo da mostra de 2018, apresentam-se agora um conjunto de 14 obras únicas, mostradas pela primeira vez, na Casa da Liberdade - Mário Cesariny e na feira de arte contemporânea JustLX, que se realizou em maio, durante a semana da arte de Lisboa, no Centro de Congressos da capital.
Nesta série de trabalhos que agora vem à luz, Valter Hugo Mãe intervém sobre uma seleção de fotografias, a preto e branco e a cores, de José Eduardo Agualusa. Na exposição, que estará patente até 29 de julho, para além das obras de cariz colaborativo será também exposta uma seleção de obras individuais de cada um dos autores. O desenho, a pintura e a colagem de Valter Hugo Mãe, em diálogo com a fotografia captada entre Angola e Moçambique, ao longo de vários anos, por José Eduardo Agualusa.
ENG|
The surprising works that José Eduardo Agualusa (1960) and Valter Hugo Mãe (1971) have collaborated on are now revealed to the public in an unprecedented way, responding to the challenge proposed by Carlos Cabral Nunes, curator of the exhibition and director of Casa da Liberdade - Mário Cesariny. Two top names in Lusophone culture, both born in Angola, despite their different paths, both widely acclaimed and recognised nationally and internationally in the field of literature, also have in common a path travelled in the field of visual arts.
Beyond reality is about a mediated reality, captured photographically by José Eduardo Agualusa, where Valter Hugo Mãe's unusual plastic exploration emerges, realised in layers, sometimes using drawn and cut-out shapes, sometimes with the juxtaposition of iconographic elements of a religious nature, summoning the viewer to the mediumistic character of the captured and altered reality.
Photography has always gone hand in hand with writing for José Eduardo Agualusa, who currently divides his time between Mozambique, Angola and Portugal. His curiosity for the medium arose when he discovered his parents' old camera as a child. Later, he took a photography course, even before enrolling in Agronomy and Forestry at the Technical University of Lisbon, and later migrating to Journalism. Over the years, photography has accompanied his work as a journalist and writer, serving as its basis. The images support his writing, suggesting other worlds and other narratives. However, it was more recently that he began to take his photographic practice more seriously, exhibiting and publishing his work. In 2020, he published the book-object "Gramática do Instante e do Infinito", where, through photography and poetry, he portrays his wife, Yara, during the gestation period of their daughter, Kianda Ainur. It was in view of this project, which was later the subject of an exhibition in Guarda and Lisbon, that Carlos Cabral Nunes, also director of Perve Galeria, wanted to work with the author. In addition to integrating a copy of the book into its Lusofonias Collection, Perve Galeria presented it at its first participation in the Lisbon Book Fair in 2022 and, in the same year, exhibited Agualusa's photographs at FIG - International Festival of Printing and Art on Paper, in Bilbao, where the gallery was awarded the prize for best stand.
Valter Hugo Mãe was born in Saurimo, Angola, in 1971. In the middle of that decade, following the independence of his country of origin, he settled with his parents in Paços de Ferreira, a city where he lived until he was 10 years old, later moving to Vila do Conde. He has been drawing since he was a child. The visual arts, drawing and painting, which have a therapeutic character for her, have accompanied her writing process over the years. In recent decades, with a greater incidence in recent years, she has held several exhibitions, both individual and in collaboration with other authors. Perve Galeria's relationship with Valter Hugo Mãe dates back to 2018, when he held the exhibition "Colaborativa.mente" in partnership with one of the greatest personalities in the history of art in Portugal, the surrealist poet and painter Artur do Cruzeiro Seixas. There, the two authors developed a joint creative path, where the importance of the creative process in the construction of a unifying poetic sensibility was sublimated.
It was precisely with the intention of reissuing the 2018 exhibition, evoking and paying tribute to Cruzeiro Seixas, who died in 2020, that, at a meeting at Perve Galeria, Carlos Cabral Nunes launched the challenge to José Eduardo Agualusa and Valter Hugo Mãe to combine their fields of visual expression by creating a set of collaborative works. In a kind of second volume of the 2018 show, a set of 14 unique works are now presented, shown for the first time at Casa da Liberdade - Mário Cesariny and at the JustLX contemporary art fair, which took place in May, during Lisbon's art week, at the capital's Congress Centre.
In this series of works, Valter Hugo Mãe intervenes on a selection of black and white and colour photographs by José Eduardo Agualusa. In the exhibition, which will be open until 29 July, in addition to the collaborative works, a selection of individual works by each of the authors will also be exhibited. The drawing, painting and collage of Valter Hugo Mãe, in dialogue with the photography captured between Angola and Mozambique, over several years, by José Eduardo Agualusa.